quarta-feira, junho 29

O Dia 27 de Junho

Era bem cedo, cinco da manhã, estava ainda muito escuro. Meus sonhos prematuramente se desfizeram em um súbito gurnido, que eu masoquistamente logo antes de dormir, o programei. Foi um mal necessário. E em movimentos de puro instinto me levantei entorpecido, e sem muita destreza, desliguei a maldita máquina. Esbocei um passo rumo ao banheiro pra tomar um banho, mas uma brisa me carregou para a beira do meu santuário sonífero. Quando fui pensar em lutar contra essa força transcendental, eu já estava na depressão profunda do meu amado colchão. Deitado, tentei me levantar da cama de uma vez só para despertar logo, mas o sono estava pesado, e a gravidade me castigou. Virei para a direita em uma posição quase fetal bem aconchegante. Depois de um curto namoro com meu edredom, fui socado por um lapso de consciência e resolvi cortar relações que poderiam me prejudicar em futuro próximo. Detesto despedidas, mas com uma força de vontade de um gordinho fazendo o seu centésimo septuagésimo terceiro e último abdominal, consegui, com um movimento semelhante, um progresso de grande importância, estava sentado. A partir desse estágio, já quase que levantando as pálpebras de fato, eu fiquei de pé em uma postura australopiteca e lembrei que eu tinha minha estréia nas Avaliações Finais marcada pras oito. Nesse momento eu caí em mim mesmo. É, eu tinha que ir.